
A temperatura é um dos fatores que afeta diretamente a reprodução do rebanho, que ocorre de formas diferentes em locais quentes e frios.
Em lugares com temperatura amena, os animais conseguem viver e se reproduzir normalmente. Já em lugares com temperaturas altas, acontece o que chamamos de “estresse térmico”, onde a taxa de ganho de calor do animal excede a de perda, fazendo com que aconteça um certo desequilíbrio interno que afeta os processos reprodutivos.
Nessa situação, os machos podem passar pela esterilidade estival, se tornando temporariamente inférteis durante o verão, quando a produção de sêmen cai, e as fêmeas têm sua maturidade sexual retardada, seus óvulos têm a fertilidade alterada e podem até mesmo ter a prenhez interrompida. Tudo isso ocorre graças a uma tentativa dos mecanismos fisiológicos de manter a temperatura interna em níveis adequados, gerando notáveis distúrbios metabólicos e facilitando o adoecimento do rebanho, graças a menor eficiência do sistema de defesa.
A infertilidade desses animais, em consequência do estresse térmico, é um problema de ordem multifatorial, que afeta as funções fisiológicas e celulares em vários tecidos. Com relação à função reprodutiva, o estresse térmico compromete o crescimento folicular, a secreção hormonal, a composição do fluido folicular, a função do endométrio, o fluxo sanguíneo para o útero e a capacidade de desenvolvimento do ovócito e do embrião, sendo os dois últimos os principais alvos dos efeitos mais nocivos causados pelo fenômeno.
Outros problemas de saúde decorrentes do estresse térmico incluem a alteração da duração do cio, da qualidade do colostro, do índice de concepção, do funcionamento uterino, das funções endócrinas e do desenvolvimento fetal, além da possibilidade de provocar uma distocia e resultar na morte da vaca durante o parto, ou na morte embrionária prematura.