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Tronco de contenção é aliado do manejo

O tronco de contenção tem a finalidade de restringir de forma segura os movimentos dos bovinos, garantindo segurança para eles e às pessoas responsáveis pela lida diariamente.

Segundo Alexandre Lúcio Bizinoto, professor da Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU) e diretor da ABZ/MG (Associação Brasileira de Zootecnistas de Minas Gerais), todo o equipamento que adentrar uma propriedade tem de fazer parte de um planejamento maior, pois deverá responder a algumas questões importantes:

A quais manejos o equipamento necessitará corresponder?

Qual o nível tecnológico empregado na propriedade?

Ter essas respostas na ponta da língua é de suma importância no momento de escolher um tronco de contenção individual qualificado, afinal a imobilização pode ser realizada com os mais variados propósitos.

Pode ser usada para manejo sanitário, intervenções cirúrgicas, procedimentos curativos, casqueamento, marcação a fogo ou colocação de brincos de identificação, coleta de amostras para exames ou mesmo atividades rotineiras, como pesagem e inseminação artificial.

Mas novas exigências tecnológicas, como o advento da Transferência de Embriões (TE), seja a voltada para animais puros ou em tempo fixo (TETF) na vacada comercial, passaram a exigir novas configurações dos equipamentos.

Outra exigência latente é a velocidade com que a coleta de dados precisa ser realizada, o que abriu espaço à acoplagem das balanças eletrônicas, muitas delas com capacidade para arquivar milhões de pesagens ou até mesmo programar diferentes apartes.

Também não se pode esquecer das demandas referentes ao bem-estar animal, ergonomia e segurança no trabalho.

Por este motivo, os troncos de contenção mais eficientes, além de um design bonito e funcional, apresentam cores pouco estravagantes, paredes mais sólidas, sistema antirruído, acessórios bem posicionados e proteção ao manejador.

“Todas essas inovações trouxeram ainda mais racionalidade no uso do espaço, reduzindo por exemplo, a área coberta (diretamente relacionada ao custo) e a utilização de mão de obra, aumentando produtividade”, reforça Bizinoto.

Tronco de contenção é um equipamento-chave no sistema produtivo e merece ponderações maiores na tomada de decisão sobre qual modelo é o melhor. Durante a escolha não é momento de economizar

Detalhes impactam na escolha do tronco de contenção

O pecuarista deve estar atento ao uso que será dado ao tronco de contenção e ao volume de animais que será manejado.

De posse de tais informações, é possível investir no melhor modelo dentro da necessidade, maximizando o desempenho de todo o processo produtivo e de todos os envolvidos no manejo. “Essa não é a hora de economizar”, ressalta.

O entendimento da relação custo e benefício é simples: quanto maior a necessidade de agilidade e segurança, melhor é essa relação. Também é preciso avaliar perfeitamente a matéria-prima do equipamento. Quanto maior a qualidade, mais durabilidade terá.

No caso dos troncos metálicos é importante observar o tipo de acabamento, pois tem consequência direta em sua durabilidade.

Novos modelos anunciados recentemente trazem maior leveza sem perda de resistência, graças ao uso tecnologias equiparadas àquelas existentes nos capacetes de pilotos de Fórmula 1.

“Logo, protegê-lo de intempéries e instalá-lo em uma elevação para facilitar o escoamento de dejetos, além de reduzir o acúmulo de água sob a estrutura, são fatores essenciais. Manutenção em dia e aplicação de óleos minerais também prolongam a vida útil do equipamento”, explica o professor.

Tronco de contenção exige capacitação

O especialista lembra que quanto mais tecnologia é embarcada no tronco de contenção, mais agilidade e segurança serão impostas ao manejo do gado, com menos mão de obra e esforço físico!

Cita como exemplo “um equipamento com entrada e saída elétricas. De cara, já diminui, pelo menos, um funcionário”, diz.

O mesmo se aplica aos apoios de contenção. No caso de animais com brincos eletrônicos e bretes automatizados, não é preciso nem de colaborador para se fazer certos registros.

Bizinoto destaca que no caso de existir um ovo de apartação inteligente, “o próprio sistema vai apartar, abrir e fechar porteiras, conter e fazer mensurações diretas para manejos pré-programados”.

Boas práticas na produção pecuária

Para o zootecnista mestre da FAZU, é preciso entender de bem-estar animal a fim de favorecer uma interação positiva entre homem e bovino.

Isso significa que não adianta comprar o melhor tronco de contenção – o que exige um certo investimento – se não promover a capacitação da equipe de colaboradores, tanto no manuseio dos equipamentos quanto no manejo do gado, sob pena de prejuízos recorrentes.

Nesse quesito, algumas empresas avançam, inclusive, com capacitação realizada por meio de Realidade Aumentada e imagens 3D. Esse tipo de novidade facilita a análise da planta e simula a movimentação necessária durante os principais manejos.    

Logo o resultado aparece a partir de treinamento efetivo da mão de obra e sua real qualificação.

Um bom colaborador tira o máximo do tronco de contenção e, paralelamente, tranquiliza os animais.

Deve-se promover com alguma frequência a passagem livre do gado pelas instalações do curral, tornando-o mais familiar ao local. Dessa forma, as entradas na seringa e no brete tornam-se autônomas.

Os troncos mais antigos que dispõem de cremalheiras dificultam o manejo, já que o barulho incomoda por ser associado a desconforto pelo bovino. Portanto, não se deve poupar na hora de investir quando a preferência é por uma contenção pneumática ou eletro-hidráulica.

Conclusão

Mesmo com controle bastante intuitivo, o tronco de contenção não exime treinar funcionários.

Você sempre vai encontrar um modelo que caiba no bolso, mas antes de escolher é preciso estimar o volume de animais manejados no curto e longo prazos, além de saber como ele irá se integrar às demais tecnologias da fazenda.

Leia também nosso post sobre curral de manejo.

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