Grandes dos setores pecuário e agrícola estão afirmando que há uma enorme necessidade de planejamento nesse momento, visto que a pandemia virou o mundo de cabeça para baixo e não há como o setor rural não sentir esses reflexos.
Segundo José Fava Neto, empresário, o mercado está muito vulnerável e isso é gatilho da crise econômica que alastra o país. O empresário ainda diz que os produtores não estão antecipando as compras como fizeram nos anos anteriores.
O produtor rural está priorizando apenas as compras necessárias e evitando qualquer investimento que esteja além do mínimo planejado. Sobre as vendas, elas aqueceram em abril, mas reduziram em maio, causando um pequeno susto no campo.

É necessário investir no setores pecuário e agrícola
De acordo com Felipe Zanella, superintendente do Banco do Brasil, a região goiana tem um grande potencial no setor da agropecuária. O mercado tem crescido muito nos últimos tempos e mesmo com a crise suas vendas ainda são surpreendentes.
Isso porque há duas questões que favorecem: estabilidade climática e investimento em tecnologia. Isso tem possibilitado que os produtores consigam atingir altas performances.
Além disso, os preços estão subindo muito em todo o Brasil. No começo de setembro, o valor do arroz disparou (causando uma comoção) geral, mas esse é só um dos alimentos.
A carne também está em alta, assim como o leite (mas esse, no caso, também tem sérias influências das condições climáticas que não estão favoráveis no momento).
O produtor rural, seja ele agricultor ou pecuarista, que consegue se destacar no mercado está tendo bons resultados. Entretanto, a tendência é que pequenos produtores percam mercado para àqueles que investem pesado em tecnologia.
Qual a relação entre máquinas e pandemia
De acordo com Alexander Höhl, sócio da Casa do Pica Pau Amarelo, o setor da agropecuária enfrentou um grande problema durante esse primeiro período de pandemia.
O susto fez com que surgisse uma grande preocupação com os funcionários: era o momento de conter gastos. E, nessas situações, o corte de funcionários sempre acaba sendo uma questão cogitada.
Mas existem certas situações onde não é possível cortar mão de obra, visto que esse corte de gastos pode inviabilizar muitas operações. Então, fazendeiros que visavam o corte de gastos acabaram investindo em tecnologia.
Apesar de ser um valor considerável, é possível cortar muita mão de obra, trazendo maior lucratividade ao empreendimento. Muitas vezes, pequenas soluções tecnológicas conseguem gerar um corte enorme de despesas.
De acordo com os pequenos produtores, esse é um grande desafio, pois para adquirir tecnologia é necessário investir e muitos deles não possuem essas condições.
É aí que entraria o papel do governo, oferecendo boas condições de créditos aos agricultores.

De olho no mercado chinês
A China continua comprando muito do Brasil e, agora, ainda temos outro país que está levantando o número de vendas: o Egito.
A tendência é que essa relação com o país não acabe no ano que vem, então, produtores que tem por objetivo a exportação de carne provavelmente terão um cenário promissor pela frente.
Isso, inclusive, é um dos fatores que tem feito o preço da carne subir no Brasil (que foi o que ocorreu com o arroz também). Quanto maior o nível de exportação, menor a quantidade de alimentos que ficam no território nacional.
Ou seja, há uma oferta menor, mas para a mesma demanda de pessoas. Então a população acaba pagando bem mais caro pelo alimento. Para quem tem a moeda valorizada perante o real, exportar do Brasil é um ótimo negócio.
Os setores pecuário e agrícola ainda é um pouco instável, entretanto, tem se mostrado firme durante a pandemia (alguns produtos, inclusive, estão mais rentáveis do que antes).